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Sorrir com os olhos, falar pelos cotovelos,
meter os pés pelas mãos.
Em mim, a anatomia não faz o menor sentido.
Sou do tipo que lê um toque,
que observa com o coração
e caminha com os pés da imaginação.
Multiplico meus cinco sentidos
por milhares e me proponho a descobrir
todos os dias novas formas de sentir.
Quero o cheiro da felicidade,
o gosto da saudade,
o olhar do novo,
a voz da razão e o toque da ternura.
Luto contra o óbvio,
porque sei que dentro de mim
há um infinito de possibilidades
e embora sentimentos ruins
também transitem por aqui,
sei que devo conduzi-los
com a força do pensamento
até a porta de saída.
Decidi não delegar função
para cada coisa que eu quero.                                                                                                                                                                                                                                           Nem definir o lugar adequado
para tudo de bom que eu sinto.
Nossos sentimentos são seres vivos
e decidem sem nos consultar.
A prova de que na vida,
rótulos são dispensáveis
e sentimentos inclassificáveis.
Fernanda Gaona

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